Private equity considera aquisições fora de seus fundos
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Private equity considera aquisições fora de seus fundos


As firmas americanas de private equity Blackstone Group BX -1.74%  e Carlyle Group CG -1.46%  estão estudando novas formas de comprar empresas globais em parceria com grandes investidores, inclusive fora dos seus fundos atuais, dizem pessoas a par do assunto.

A estratégia, que teria como alvo grandes companhias com marcas internacionais, significa uma mudança substancial no setor de private equity.

Geralmente, as firmas de private equity formam fundos de dez anos captando dinheiro de investidores que, combinado com empréstimos bancários e títulos públicos, é usado para adquirir empresas. O objetivo é melhorar o desempenho das companhias compradas e vendê-las dentro de cinco anos com taxas de retorno de pelo menos 20%. As maiores aquisições internacionais, contudo, podem demorar mais para dar retorno que as compras alavancadas tradicionais, além de gerarem lucros menores, o que contraria as normas dos investimentos de private equity.

Executivos do Carlyle e da Blackstone, entretanto, estão cogitando essa nova fórmula em resposta a exigências de alguns de seus maiores clientes institucionais, que querem lucros estáveis diante de juros persistentemente baixos, dizem as pessoas.

Os investidores “estão cada vez mais procurando aplicar mais dinheiro diretamente e diminuir a volatilidade”, diz uma das fontes. Os fundos de private equity estão tentando descobrir como satisfazer as necessidades de seus investidores, “mas sem comprometer os fundos básicos de private equity e reduzir os retornos”, diz.

Em vez de somente investir em fundos de private equity, grandes investidores, como o fundo soberano de Cingapura, GIC Pte. Ltd., e grandes fundos de pensão, como o canadense CPPIB, contrataram profissionais de bancos e executivos de private equity nos últimos anos para fazer investimentos diretos em empresas e projetos de infraestrutura.

“Cada vez mais, os grandes fundos soberanos preferem investir eles mesmos”, diz Nuno Fernandes, professor da escola suíça de administração IMD, em entrevista ao The Wall Street Journal. “Muitos contrataram equipes talentosas e agora estão muito mais preocupados com o custo dos gestores dos ativos, como as firmas de private equity, que pegam um percentual significativo dos ganhos por meio das taxas”, diz.

David Rubenstein, um dos fundadores do Carlyle, disse numa teleconferência com analistas, em julho, que o impacto do crescimento de fundos soberanos desde o Oriente Médio até a China e o Sudeste Asiático “é difícil de ser superestimado”.

“Todo mundo está procurando por algo que alguém não tem”, disse Rubenstein. “Taxas elevadas de retorno são menos importantes para alguns investidores do que estabilidade das taxas de retorno.”

Não está claro se a Blackstone e o Carlyle possuem planos específicos para algum negócio neste momento. O financiamento para as operações viria de uma combinação de dinheiro do próprio caixa das empresas, dívida e de outros investidores parceiros.

Um modelo possível para a nova abordagem seria a operação de compra da H.J. Heinz Co. pela brasileira 3G Capital e a Berkshire Hathaway Inc BRKB -0.39%  , do investidor americano Warren Buffett, por US$ 23 bilhões, dizem pessoas a par da estratégia das empresas. A 3G não usou um fundo para investir e convidou Buffett para participar da aquisição. Como consequência, a 3G e a Berkshire Hathaway não estão sob pressão para vender a Heinz num certo período de tempo para obter retorno.

George Anson, diretor administrativo da HarbourVest Partners LLC, um investidor em fundos de private equity de Boston, diz que consideraria investir em negócios como esse, dependendo da relação risco-retorno.

“Posso presumir apenas que o perfil de investimento dos negócios que eles cogitariam fazer desta forma não é aplicável aos mandatos de investimentos dos fundos existentes”, diz Anson.

A Blackstone administra US$ 279 bilhões em private equity, imóveis e fundos de hedge e de crédito. Atualmente, ela está formando um novo fundo de aquisição de US$ 16 bilhões. Já o grupo Carlyle administra US$ 203 bilhões. A empresa geralmente cobra dos investidores uma tarifa anual entre 1% e 2% e fica com 20% dos lucros de seus negócios. A escala das aquisições de empresas de investimento em participações atingiu um pico em 2007, quando KKR KKR -1.89%  & Co. e TPG se uniram a outros investidores para comprar a companhia de energia TXU Corp., com sede em Dallas, por US$ 43,8 bilhões. Desde então, empresas de investimento completaram apenas dois negócios de mais de US$ 20 bilhões, incluindo a Heinz, segundo dados da Dealogic, apesar do US$ 1,19 trilhão em dinheiro que elas têm para investir globalmente, de acordo com dados da Preqin.

Algumas empresas de private equity estão se inclinando para ofertas com menores riscos, menores retornos e maiores prazos de investimento, diz Adam Hain, um executivo da área bancária da Macquarie Group Ltd. MQG.AU +1.62%  Ele assessora fundos que fazem investimentos de até US$ 1 bilhão de uma vez.

“Continua havendo uma zona ausente de investimento entre [o setor de] infraestrutura e private equity”, diz Hain. “Em termos gerais, os investidores em infraestrutura buscam retornos entre 8% a 12% e os de private equity, de 20% ou mais. Eles estão perguntando o que podemos oferecer com retorno entre 12% e 20%? By SIMON CLARK Leia mais em thewallstreetjournal 09/10/2014



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