Marcas e Empresas
Private equity segue otimista para investimentos no Brasil
Diferente do pessimismo que tomou conta do mercado financeiro brasileiro nas últimas semanas, o presidente da Deloitte Brasil, Juarez Lopez de Araújo, permanece otimista com o rumo dos negócios para o próximo ano.
"Dinheiro, tem; o que os fundos de private equity mais reclamam é que faltam projetos", disse o executivo, em conversa informal com jornalistas, ontem, em São Paulo. "Tem muito dinheiro vindo de fora para cá. O Brasil é a bola da vez dos investimentos. Parece lugar-comum, mas nos últimos anos surgiu um novo país dentro do Brasil", disse, referindo-se ao crescimento da renda de milhões de pessoas que ascenderam socialmente. "Há dez anos, isso era inimaginável."
Na sua concepção e de sua companhia, que presta consultoria e auditoria a companhias brasileiras, as oportunidades de negócios para investidores estão nas áreas de infraestrutura e de educação. "Faltam engenheiros para todas as obras que precisam ser feitas", afirma. Araújo contou que a própria Deloitte está com dificuldade para contratar engenheiros no Brasil e que é afetada pela burocracia de trazer profissionais de fora do País.
A Deloitte trouxe técnicos internacionais para estudar projetos em aeroportos e outras obras de infraestrutura que complementam os projetos urbanos para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Na sua visão, há a demanda dos investidores estrangeiros em participar desses projetos; ele cita também a necessidade de investimentos na rede hoteleira. "Para a Copa não temos certeza, dada a desorganização de conversar com diversos governos. Mas a Olimpíada deixará um grande legado para o Rio de Janeiro", prevê.
Ele, no entanto, explicou que alguns fatores assustam o investidor estrangeiro quando conhece a realidade brasileira: a corrupção e a burocracia.
Independentemente disso, Araújo diz que a subsidiária brasileira deve crescer 20% no ano fiscal que se encerra em maio de 2012. "No mundo, o crescimento da Deloitte será entre 6% e 7%, contando que algumas regiões, esse crescimento foi zero", comparou Araújo, ao citar os países afetados pela crise europeia. A Deloitte está em presente em 140 países, e tem 180 mil funcionários, 5 mil dos quais no Brasil, distribuídos em 11 escritórios.
Em tom mais moderado, o líder de Fusões e Aquisições da Ernst & Young Terco, Ricardo Reis, diz que 2012 será como 2011. De acordo com dados da ABVCAP, de janeiro a setembro, os fundos de private equity captaram cerca de US$ 4,5 bilhões, o que dá para visualizar o potencial anual.
"Os fundos de private equity estão capitalizados e com dinheiro para investir. Todo dia vemos investidores bater na porta do Brasil", afirma Reis. O executivo diz que o alvo principal são as médias empresas. "A maioria delas já foi abordada. Nas empresas pequenas, há barreiras de governança corporativa", menciona.
Reis detalhou que os fundos de private equity internacionais preferem comprar posições de mercado no Brasil. "Há fundos para todos os tipos de setores. Existem gargalos que precisam ser solucionados para sustentar o crescimento do País; portanto, são áreas de interesse - logística, educação, saúde e real state [bens imobiliários]", disse.
Ele também nomeou outros setores que atraem o interesse dos fundos, como commodities agrícolas, alimentos, energia renovável. "Áreas que o Brasil é competitivo", afirma. Além delas, citou a perspectiva da exploração do pré-sal, óleo e gás, e consumo em geral.
No mundo, Reis informou que os fundos de private equity dedicaram atenção ao setor de tecnologia, sobretudo para o aproveitamento comercial das redes sociais, mobilidade e computação em nuvem. "É a busca por geração de valor", exemplificou.
De acordo com dados mundiais da Ernst & Young Terco, no terceiro trimestre de 2011, no setor de tecnologia, o valor agregado das transações com patrocínio de fundos de private equity cresceu 82% em relação ao trimestre anterior, para US$ 14,6 bilhões, e 86% em relação ao mesmo período no ano passado. Fundos de private equity contribuíram com 6 dos 11 acordos avaliados acima de US$ 1 bilhão durante o terceiro trimestre.Por Ernani Fagundes
Fonte:dci15/12/2011
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