Rumo ao topo, pelas beiradas
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Rumo ao topo, pelas beiradas


Quase quatro meses depois de ter adquirido o braço paulista da gaúcha Lojas Colombo, a Cybelar, com sede em Tietê (SP), assume hoje efetivamente as 62 lojas compradas com a meta de ser lí­der regional no varejo de móveis e eletroeletrônicos no interior paulista. Até pouco tempo atrás, esse posto era ocupado pelo Ma­gazine Luiza, rede de Franca (SP), antes de a empresa ganhar dimensão nacional. 

“Queremos virar uma referên­cia no varejo regional”, afirma Ubirajara Pasquotto, diretor da rede, mais conhecido como Bira. Ele reafirma seu plano de comer pelas bordas. Isto é, continuar fora da disputa na capital paulista e ser líder no interior.

 Bira conta que desde que o negócio foi fechado, em meados de novembro de 2012, ele, uma equipe de 30 funcionários e consultorias contratadas têm trabalhado duro para formatar a nova confi­guração da empresa que, a partir de hoje, é 50% maior do que antiga Cybelar em tudo: número de lojas, de funcionários e receita.

 Para converter as 62 lojas Co­lombo para Cybelar, moderni­zar toda a rede, inclusive as 92 lojas da antiga Cybelar, e criar condições de logística e armaze­nagem que suportem esse volu­me de vendas maior, Bira conta que está investido neste ano R$ 100 milhões com recursos pró­prios. Essa cifra não inclui o gas­to, mantido sob sigilo por ques­tões contratuais, para a compra de parte da Colombo.

 “A transformação do formato das lojas começa este ano com a incorporação da Colombo e ter­mina no fim de 2014”, prevê Bira. Ele observa que serão dois pro­cessos que vão acontecer simul­taneamente: a mudança de toda a rede para um novo formato de lojaea conversão da unidades da Colombo para a Cybelar.

 A partir de hoje o que se verá no mercado é a mudança na ad­ministração que, segundo Bira, deve ocorrer em “ondas”. A cada cinco dias, serão reabertas entre oito e dez lojas da Colombo sob o comando da Cybelar. O proces­so deve ser concluído até o final deste mês. Só as lojas de shop­ping não serão fechadas para a troca de administração.

 Das 62 unidades incorpora­das, 30 estão sob análise pela companhia porque existe uma sobreposição com outra loja da empresa. “Não pretendemos fe­char nenhuma loja”, diz o empre­sário. Segundo ele, dessas 30 lojas, 20 comportam um segundo ponto de venda numa mesma praça porque o mercado é impor­tante. Esse é o caso da cidade de Bauru (SP). “Com mais lojas numa mesma praça posso ampliar a fatia de mercado.” Já para as outras dez lojas em que há sobre­posição, a empresa estuda mu­dança no mix de produtos. Em ambos os casos, a empresa não tem mais do que 70% do merca­do local, ressalta Bira.

 Sinergia. Um dos motivos que levaram a Colombo se desfazer das lojas no interior de São Paulo e de Minas Gerais foi abaixa rentabilidade. Mas o que era ruim para a Colombo pode ser bom para a Cybelar. Nas contas de Bira, em 90 dias o prejuízo gerado por essas unidades deve ser zerado. Ele acredita que o que dava prejuízo para a Colombo era o descompasso entre o tamanho da operação e a receita. “A Co­lombo tinha um centro de distri­buição com 200 pessoas em São Paulo. Nós conseguimos absor­ver essa operação no nosso cen­tro com mais 40 pessoas.”

 Além disso, observa o executi­vo, há outras economias, como, por exemplo, o gasto com publi­cidade. Na ponta do lápis, Bira acredita que vai conseguir uma redução de custo mensal de R$ 600 mil a R$ 800 mil para tocar as lojas adquiridas. 

Esse ganho de escala com in­corporação das novas lojas é um dos pilares do seu plano para ser líder regional. Ele ressalta que o novo formato dos pontos de ven­da deve pesar muito para isso. “Queremos criar lojas que deem ambiente de experimentação pa­ra o consumidor.” Outra diferen­ça é a inclusão de itens como ga­mes, tablets e smartphones.

 A compra das lojas da Colombo traz para a empresa mais duas novidades: a estreia em shop­pings, com cinco das 62 lojas adquiridas, e a entrada no mercado de Minas Gerais. Para este ano, a projeção é atingir um faturamen­to entre R$ 700 e R$ 750 milhões. “Estamos com um cená­rio conservador, mas podemos ter surpresas e apressar o plano de alcançar o primeiro bilhão de faturamento de2015 para 2014.” Márcia De Chiara
 Fonte: O Estado de São Paulo 01/04/2013



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