Marcas e Empresas
Semeando lucros
Conheça a TreeCorp, que investe em empresas que ainda estão brotando, e está planejando um fundo para colher mais frutos
Você gostaria de investir em um fundo que dedica seu capital a empresas pequenas, sem muita tradição e que, ainda por cima, precisam de uma mãozinha na hora da gestão? Companhias com esse perfil não costumam integrar o portfólio dos fundos tradicionais de private equity. São empreendimentos assim, porém, que os empresários Carlos Augusto Fagundes, Daniel McQuoid e Luis Filipe Lomonaco procuram.
Eles são três dos sete sócios da TreeCorp Investimentos, de São Paulo, especializada em investir em iniciativas emergentes, que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 150 milhões por ano. “Buscamos empresários com boas ideias para negócios com alto potencial de crescimento”, diz McQuoid. Antes praticado apenas por pessoas físicas com muito dinheiro, o chamado investimento-anjo ou capital semente agora começa a ser estruturado em fundos.
A Tree surgiu em meados de 2010, contando com R$ 30 milhões em capital dos sócios, que, em sua maior parte, já atuavam como investidores-anjo. Duas empresas já receberam parte desse dinheiro, mas agora o grupo quer mais recursos e planeja uma captação privada, com a qual pode elevar o capital disponível para R$ 100 milhões.
A Tree já investiu na Splack, que elabora embalagens farmacêuticas e produtos de controle de umidade, e na MobilePeople, desenvolvedora de softwares para dispositivos móveis.
De olho nos setores que prometem surfar no crescimento e com dez candidatas em estudo, duas empresas devem receber aportes, uma do setor de varejo e outra de vestuário. A expectativa é de que, daqui a alguns anos, elas entrem no radar da crescente indústria dos fundos de private equity.
Descobrir as candidatas não é fácil. “Investir em empresas emergentes traz os riscos de qualquer negócio novo, que pode não ir adiante”, diz Robert Binder, coordenador do Comitê de Empreendedoris-mo, Inovação e Capital Semente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP). Justamente por isso, porém, o potencial de ganho é muito maior, em caso de sucesso.
De acordo com o Segundo Censo da Indústria Brasileira de Private Equity e Venture Capital, o retorno médio anual dos fundos de private equity e de venture capital no Brasil atingiu 36%. Binder estima que os investimentos em empresas maiores rendam cerca de 20%. Nas pequenas, porém, o percentual duplica. A Tree não é a única a atuar nessa faixa. “A sofisticação do mercado permite que investidores se especializem e escolham desde grandes corporações até iniciativas que estão começando”, diz Binder.
Ele também é gestor do Criatec, um fundo de capital semente, lançado em 2007, por iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Criatec busca investir em companhias menores do que as procuradas pela Tree, aplicando no máximo R$ 1,5 milhão. Nesse perfil, mais de 30 empresas já receberam aportes do fundo. Elas podem se valorizar em até 50%.
Embora os perfis dos alvos sejam distintos, os dois investimentos têm em comum a preferência pela bolsa na hora de sair, vendendo as participações em ofertas públicas iniciais. De acordo com o Censo, entre 2007 e 2009, 37 ofertas promoveram a saída dos investidores. No caso do dinheiro aplicado em start ups ou emergentes, mesmo com o crescimento das companhias, o faturamento não costuma alcançar um valor suficiente para que abram seu capital.
Por isso, tocar a sineta na bolsa não é a única porta de saída imaginada pela Tree. “Outra opção é encontrar investidores estratégicos, companhias maiores que podem se interessar pelos ativos”, afirma o sócio Luis Filipe Lomonaco. Essas podem ser empresas até estrangeiras, que buscam entrar ou aumentar sua presença no País. “Os próprios fundos de private equity são compradores em potencial das participações em que investimos”, diz Carlos Augusto Fagundes. Nesse caso, os possíveis “clientes” estão numa direção de crescimento, com novos players chegando ao mercado e perspectiva de captarem US$ 20 bilhões para investir até 2012.
Fonte:Istoedinheiro29/07/2011
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