Marcas e Empresas
Sua corretora foi comprada; e agora?
Fusões e aquisições acontecem no mundo empresarial a todo momento. Inúmeros motivos podem fazer com que um acionista controlador resolva vender parte ou todo o controle da sua empresa e, com uma corretora de valores, não é diferente.
Mas e se a corretora em que você opera for comprada por uma outra instituição financeira? Qual o impacto dessa mudança em seus investimentos?
De acordo com o educador financeiro e fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, Mauro Calil, em um primeiro momento, não deve haver uma mudança tão drástica. “Normalmente nem dá tempo para que essas alterações aconteçam logo de cara”, afirma.
Segundo ele, as novidades devem vir de maneira gradativa. “O que as corretoras normalmente fazem é tentar ir cativando o cliente para que ele migre para o tipo de serviço ofertado por ela”, afirma Calil. Mas ele lembra que, em alguns casos, a instituição que comprou pode até mesmo optar por seguir as diretrizes da instituição que foi comprada. “Se fizer sentido para a estratégia, isso também pode acontecer”, aponta.
O educador lembra, entretanto, que algumas mudanças podem ser ruins para os investidores. “Pode acontecer daquele agente de investimentos que você confiava e operava há muitos anos ir embora, por exemplo. Ou haver alguma mudança no home broker ou no sistema que você operava”, explica.
Caso as alterações comecem a incomodá-lo, uma alternativa é optar por trocar de corretora. “A decisão de permanecer ou não é unicamente sua”, lembra Calil.
Melhor momento para avaliar Para o professor do MBA Banking da FIA, Roy Martelanc, o investidor deve fazer uma avaliação periódica da corretora em que opera. Se a instituição for comprada, então, é a melhor hora para analisar se os serviços ainda estão de acordo com as suas expectativas e se vale a pena continuar operando por ela. “Este é um momento excepcional para avaliar e decidir se o melhor é mudar para outra ou se vale a pena continuar”, aponta.
De acordo com os especialistas, normalmente, as tarifas também não são alteradas de uma hora para outra, após a instituição mudar de controle. Pode até ser que haja algum reajuste e as tarifas da corretora que foi comprada passem a seguir a mesma política da nova controladora, mas isso não deve acontecer em um primeiro momento.
“Normalmente, este tipo de mudança é gradual. Mas, se houver alguma alteração, você consegue ficar sabendo rapidamente. Basta um contato com a corretora”, afirma Martelanc.
Já em relação ao cadastro, não é necessário fazer nenhuma alteração apenas porque a corretora foi comprada por outra. “A atualização cadastral é obrigatória a cada dois anos”, explica Calil.
Menos investidores e mais competição A diminuição do número de investidores na BM&FBovespa, devido ao mau momento que o acionário enfrentou no ano passado, acaba afetando diretamente as receitas das corretoras. “No mercado em alta, os investidores fazem muitas transações. Já quando a bolsa está em queda, as pessoas ou saem ou ficam com as posições durante muito tempo, esperando alguma recuperação no preço dos ativos para vender”, aponta Martelanc.
Com isso, o faturamento da corretora também diminui e, principalmente as menores, podem acabar com problemas para manter a sua estrutura. “O maior problema é que as pequenas corretoras não procuram se especializar e segmentar seus serviços. Por isso, elas acabam sofrendo com a concorrência das grandes”, afirma o professor da FIA. “O ideal é que ela comprima seus custos fixos, mesmo quando estiverem com faturamento maior. Assim, ficará mais fácil enxugar os custos em épocas de receita menor", aconselha.
Fonte:Infomoney14/02/2012
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