Teca atrai investidores de longo prazo
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Teca atrai investidores de longo prazo


O eucalipto segue como menina dos olhos daqueles que aplicam seus recursos em projetos e fundos florestais, mas um outro tipo de floresta vem atraindo a atenção de investidores no país: a de teca. Fundada em 2009, a EBFlora, empresa dedicada ao plantio e manejo de plantações, foi uma das que elegeram a árvore, juntamente com o eucalipto, como foco de seus investimentos e acabou conquistando parceiros qualificados e institucionais.

"Somos procurados tanto por brasileiros quanto por estrangeiros", conta o principal executivo da empresa, Marco Tuoto.Desde sua constituição, a EBFlora recebeu investimentos entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. Os recursos foram direcionados à aquisição de terras e ao plantio de eucalipto - que será integralmente destinado à produção de carvão vegetal para siderúrgicas - e de teca, concorrente da madeira de lei, voltada a aplicações nobres e bastante valorizada (o metro cúbico pode superar os US$ 3 mil). "Além disso, ela substitui madeiras tropicais, o que a torna ainda mais atraente", afirma Tuoto.

A árvore, explica o executivo que já participou da aquisição de mais de 300 mil hectares de terras para plantio de florestas por companhias brasileiras e internacionais, atrai especialmente o investidor que tem foco no longo prazo. Isso se deve ao ciclo da teca, que no país pode levar até 25 anos para fornecer madeira de qualidade. O eucalipto, por outro lado, está apto ao corte em até 7 anos. "O perfil do investidor estrangeiro é um pouco mais diversificado. Mas a maior parte dos investidores é brasileira", acrescenta Tuoto.

Hoje, o principal co-investidor da EBFlora, conta o executivo sem fornecer detalhes, representa uma família ligada a um importante grupo econômico nacional, porém sem relação com a indústria de base florestal. Em dois anos, a empresa já plantou 4 mil hectares de florestas e planeja manter o ritmo de 2 mil hectares adicionais por ano, alcançando 10 mil hectares de plantio efetivo até 2014 ou 2015. Nesse período se encerra a primeira fase do projeto da EBFlora, que se encarrega de toda a gestão dos ativos florestais.

O ritmo de expansão, afirma Tuoto, poderia ser acelerado, porém o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que limita a compra de terras no país por investidores estrangeiros, acabou atrapalhando os planos da empresa. "O parecer gerou um clima de insegurança jurídica, que fez com que os estrangeiros suspendessem uma série de operações, inclusive com a EBFlora", conta.

Conforme o executivo, estima-se no setor que a medida congelou, imediatamente, cerca de US$ 5 bilhões em recursos que seriam aplicados na área florestal brasileira. Outra parcela de US$ 10 bilhões, que viriam para o país no curto prazo, também receberam sinal vermelho.
Fonte:ValorEconômico18/07/2011



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