Tecnologia é desafio para investimentos, diz presidente da Oi
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Tecnologia é desafio para investimentos, diz presidente da Oi


As constantes mudanças de tecnologia são o maior desafio para o investimento das empresas de telefonia, acredita o presidente da Oi, Francisco Valim. Nos últimos cinco anos, ele lembra ter havido migração de tecnologia por três vezes.

 "A nossa discussão estratégica hoje não é sobre o leilão de 4G, mas sobre o que vai vir depois", disse Valim em entrevista coletiva à imprensa, lembrando que cada migração tecnológica exige grande esforço de investimentos.

A estratégia atual de crescimento da Oi tem sido a tentativa de venda de produtos combinados. Isso barateia tanto o esforço de vendas, como a instalação e a própria operação. "Esse é o potencial de ganho de margem que temos hoje", disse o presidente.

 O total de unidades geradoras de receita (UGR) - que é superior ao número de usuários, já que em muitos casos uma pessoa usa mais de um tipo de serviço - chegou a 70,826 milhões no primeiro trimestre do ano, um avanço de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa da companhia é chegar a 106,8 milhões até 2015, de acordo com o plano de negócios da Oi.

 A maior fatia é de mobilidade pessoal, que chega a 45,8 milhões de usuários e deve crescer para 67,8 milhões. Na área residencial, são 19,8 milhões, volume que deve crescer para 25,7 milhões até 2015, segundo expectativa da companhia. E o setor empresarial e corporativo deve passar de 9,3 milhões de usuários para 13,3 milhões.

 "A banda larga móvel cresceu muito e vai continuar a subir. A gente vê um crescimento do volume de dados móvel acima dos serviços de voz, embora ainda não tenha ultrapassado em números de usuários", disse Valim.

 Ele lembrou que atualmente os custos da telefonia para o usuário têm caído muito, devido à concorrência entre as empresas, presente em todos os municípios do país.

 Captação
 Os executivos da Oi afirmam que a companhia não tem necessidade de realizar novas captações de recursos no curto prazo, devido ao elevado caixa atual, mas admitem que ficam constantemente "de olho nas janelas de oportunidade". Atualmente, por exemplo, com liquidez em alta e problemas no cenário econômico internacional, papéis da companhia se tornam interessantes para o mercado, afirma o diretor de Relações com Investidores, Alex Zornig.

 "A liquidez está em alta, mas faltam ativos bons pelo mundo, com os problemas por que passa a Grécia. A Oi é um papel bom, o rating melhorou. Captaríamos a uma taxa de 5,4% ao ano, se precisássemos, o que é bom. Mas não preciso agora", disse.

 O caixa disponível da empresa fechou o primeiro trimestre do ano em R$ 15,373 bilhões, 9,69% acima do caixa registrado no mesmo período do ano passado, e 14,78% superior ao detido no último trimestre de 2011.

 O diretor comentou também sobre a redução da taxa de juros no Brasil, que teria deixado o investidor pessoa física "confuso".

 As captações realizadas recentemente pela Oi, de R$ 2 bilhões em debêntures, foram utilizadas para reforço do capital de giro e para pagar a dívida mais cara de curto prazo.

 O prazo médio da dívida da Oi foi elevado, tendo passado de 3,8 anos no primeiro trimestre do ano passado para 5 anos nos três primeiros meses deste ano. O custo médio é de 101,5% do CDI, o que foi considerado "equilibrado" pela companhia. A dívida líquida total pro-forma, consolidada entre as empresas que, após a reestruturação societária aprovada no dia 1º de março, formam a Oi, chegou a R$ 17,472 bilhões, um crescimento de 21,41% na comparação anual.

 Resultados
 Em seu primeiro balanço após a reestruturação societária da Oi, com a consolidação de todas as ações da Telemar e da Brasil Telecom sob a marca Oi, o lucro que é utilizado como base para o cálculo de dividendos cresceu 272%. No entanto, a comparação entre trimestres não utiliza a mesma base.

 O lucro de R$ 346 milhões no primeiro trimestre deste ano leva em consideração os resultados de três meses da Brasil Telecom e apenas um mês da Telemar. Já os resultados dos três primeiros meses do ano passado, de R$ 93 milhões, representam apenas os resultados da Brasil Telecom. Por isso o salto em um ano.

 A mesma diferença de contas aparece na comparação trimestral. No último trimestre de 2011, o lucro da Oi foi de R$ 141 milhões. A alta para o início deste ano foi de 145%. De acordo com o diretor de Relações com Investidores da Oi, os resultados da Telemar que não aparecem no lucro entraram nas contas como patrimônio líquido, por questões contábeis.

De qualquer forma, este lucro é aquele utilizado como base para o cálculo de dividendos, já que agora só há ação de uma empresa listada em bolsa.

 O dado financeiro pro-forma é o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês). O Ebitda do primeiro trimestre deste ano fechou em R$ 2,012 bilhões, 1,4% acima do primeiro trimestre do ano passado e 9,5% maior do que nos últimos três meses de 2011, quando foram de R$ 1,985 bilhão e de R$ 1,838 bilhão, respectivamente. Por Juliana Ennes
Fonte:Valor 15/05/2012



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