ThyssenKrupp pode vender sua participação na usina CSA
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ThyssenKrupp pode vender sua participação na usina CSA


O grupo alemão ThyssenKrupp informou hoje que analisa a venda de sua usina no Rio de Janeiro – a CSA, onde é sócio da Vale -, citando dificuldades com o aumento no custo de produção no Brasil.

 De acordo com a empresa, diversas opções estratégicas estão sendo consideradas, como trazer um sócio para o negócio. Os alemães também avaliam a venda da usina instalada no Alabama, que processa as placas de aço produzidas no Rio, dentro de uma operação integrada.

 A jornalistas, o presidente-executivo da companhia, Heinrich Hiesinger, adiantou que a Thyssen pode oferecer a usina brasileira para a própria Vale e possíveis compradores na Ásia. O valor das duas fábricas - no Brasil e nos Estados Unidos - é estimado em 7 bilhões de euros.

 Os custos com o início das operações na CSA e na unidade americana vêm pressionando os últimos resultados da Thyssen. Hoje, o grupo reportou prejuízo de 1,06 bilhão de euros no primeiro semestre de seu exercício fiscal, encerrado em 31 de março.

 Conforme a companhia, as condições econômicas mudaram significativamente desde que as estratégias para essas operações foram desenvolvidas em 2007. “Nós, portanto, temos que examinar se ainda faz sentido estratégico operar as duas usinas dentro de uma rede integrada”, comentou Hiesinger em nota.

 As estratégias se sustentavam sob duas premissas básicas: de que as placas seriam produzidas a baixo custo no Brasil e enviadas com vantagens de custo aos Estados Unidos. A ideia era negociar o material produzido em Alabama no mercado do Nafta com um prêmio pela alta qualidade do produto.

 Mas, na avaliação do conglomerado alemão, os custos no Brasil subiram desproporcionalmente diante de efeitos inflacionários, aumento de salários e valorização do real – fatores que se somaram aos reajustes nas principais matérias-primas na produção siderúrgica, como o minério de ferro. Ao mesmo tempo, a desaceleração na demanda americana impediu os prêmios esperados pela companhia, o que só tem sido observado em alguns setores específicos.

 “A viabilidade de uma estratégia integrada com produção de placas no Brasil e margens altas nos Estados Unidos está, portanto, exposta a riscos consideráveis”, afirmou a empresa em nota, acrescentando, contudo, que prosseguirá ampliando a produção no Brasil e nos Estados Unidos.

 Resultados do primeiro semestre fiscal
 A ThyssenKrupp reportou prejuízo de 1,06 bilhão de euros no primeiro semestre de seu exercício fiscal, encerrado em 31 de março. Um ano antes, a empresa havia registrado lucro de 334 milhões de euros.

 Ao tratar do negócio siderúrgico, o grupo alemão informou que os resultados foram prejudicados por gastos na bateria de fornos de coque da usina brasileira. A instalação foi concluída no final do segundo trimestre fiscal e a usina começou a produzir os primeiros volumes significativos de coque em abril, informou a Thyssen.

 Nos seis meses, o lucro antes de juros e impostos (Ebit), considerando todos os negócios, caiu 94% na comparação anual, marcando apenas 43 milhões de euros.

 Ainda em uma comparação com os resultados de um ano antes, o grupo alemão investiu 26% a menos no primeiro semestre, somando aportes de 1,06 bilhão de euros, em recursos destinados a propriedades, fábricas, equipamentos e ativos intangíveis.

Contudo, se excluídos os principais projetos no Brasil e nos Estados Unidos, os investimentos somam 750 milhões de euros, comparados a 443 milhões de euros dos seis primeiros meses do exercício fiscal anterior. Por Eduardo Laguna
 Fonte: Valor 15/05/2012



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