Ultra define novo CEO e mira ativos fora do Brasil
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Ultra define novo CEO e mira ativos fora do Brasil


O grupo Ultra anunciou ontem que o executivo Thilo Mannhardt será o novo presidente-executivo do conglomerado, que reúne ativos nas áreas de distribuição de combustíveis (Ipiranga), seu principal negócio; gás GLP (Ultragaz); químicos (Oxiteno); e de logística (Ultracargo), sob o guarda-chuva da holding Ultrapar Participações. Mannhardt assume as novas funções a partir de 1º de janeiro de 2013. Pedro Wongtschowski, atual presidente da companhia, passará para o conselho de administração.

 Em entrevista ao Valor, Paulo Cunha, presidente do conselho de administração da companhia, afirmou que a escolha do sucessor de Wongtschowski estava em discussão há cerca de um ano. Outros candidatos foram pensados para o cargo, mas Mannhardt reunia as qualificações que o Ultra procurava. Cunha disse que a carreira de Wongtschowski não se encerra a partir de 1º de janeiro. Ele passa a fazer parte do "board" para pensar nas estratégias futuras do grupo Ultra, que se concentrará no processo de internacionalização da companhia.

 Mannhardt, 57 anos, desenvolveu sua carreira profissional na consultoria McKinsey. Em abril do ano passado, foi nomeado conselheiro do Ultra. "Há 15 anos, a consultoria presta serviços em projetos para o Ultra", disse Cunha. Mannhardt não concedeu entrevista. A partir de 1º de outubro, o executivo vai participar de um processo de transição com o atual presidente. A responsabilidade de substituir Wongtschowski será grande. Desde 1977 no Ultra e na presidência desde janeiro de 2007, o executivo, também acionista do grupo, participou ativamente do processo de expansão e diversificação da companhia. No mesmo ano em que assumiu a presidência, o Ultra adquiriu os ativos de combustíveis da Ipiranga. Um ano depois, a empresa comprou os negócios da Chevron (marca Texaco).

 'Workaholic' assumido, Wongtschowski esteve por muitos anos à frente da Oxiteno, que neste ano avançou em seu processo de internacionalização. No mês passado, a empresa anunciou a aquisição de uma de fábrica de especialidades químicas da Pasadena Property, instalada no Texas, nos Estados Unidos. O valor do negócio foi de US$ 15 milhões, sem assunção de dívidas. A companhia vai investir outros US$ 15 milhões para colocar essa unidade em operação a partir do início de 2013.

 Depois de expandir na área química nos EUA, o Ultra está de olho em GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) no exterior. Cunha afirmou que há espaço para a companhia crescer no segmento de GLP fora do país. "Somos muitos bons [nesse segmento]." Em 2010, a companhia fez oferta para comprar os ativos de GLP da Shell fora do país, mas o negócio não vingou.

 Para este ano, excluindo as possíveis aquisições, os investimentos da companhia estão estimados em R$ 1,088 bilhão, sobretudo para promover seu crescimento orgânico. A área de distribuição (Ipiranga) deverá expandir - a companhia possui 6.088 postos. "Estamos de olho em aquisições regionais. Vamos conversar com quem estiver à venda. A cada dois dias, abriremos três novos postos este ano", disse Wongtschowski. O processo de sucessão da companhia continuará. Paulo Cunha, presidente do "board" desde 1998, não tem data para sair da ponta do conselho, mas o assunto está na pauta. Não mas há pressa. Ontem, a Ultrapar divulgou que seu lucro líquido ficou praticamente estável no primeiro trimestre, com queda de 1,6% frente ao mesmo período de 2011, para R$ 190 milhões. A receita cresceu 14,8% no primeiro trimestre, para R$ 12,4 bilhões. Os custos cresceram na mesma proporção, levando a margem bruta a um recuo de 0,3 ponto percentual, para 7,3%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) cresceu 7%, para R$ 502 milhões. Por Mônica Scaramuzzo
 Fonte: Valor Econômico 03/05/2012



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