Venda da Motorola mostra limites da estratégia da Microsoft
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Venda da Motorola mostra limites da estratégia da Microsoft


A venda apresenta uma lição clara para a aquisição da Nokia pela Microsoft: formar uma companhia de hardware ou de software, não de ambos 

A venda da Motorola Mobility pela Google Inc. apresenta uma lição clara para a aquisição de outra fabricante de smartphones, a Nokia Oyj, pela Microsoft Corp.: seja uma companhia de hardware ou de software, não de ambos.

 A compra pelo Lenovo Group Ltd. da empresa de hardware para consumidores da Motorola, adquirida pela Google há dois anos por US$ 12,4 bilhões incluindo patentes, permite à companhia de buscas se refocar no software e deixar de concorrer com outros fabricantes de smartphones que usam seu software, o Android.

 A Microsoft está a caminho de fechar a aquisição da empresa de celulares da Nokia por US$ 7,4 bilhões neste trimestre, no intuito de recuperar o território perdido em um mercado onde sua participação de 3,7 por cento é eclipsada pelo Android e pelo iPhone, da Apple Inc.

 A menos que a Microsoft consiga combinar software e hardware com tanta habilidade como a Apple faz com seus produtos, a fabricante de software se dará melhor sem a Nokia, conforme Michael Cusumano, professor da Sloan School of Management do Massachusetts Institute of Technology.

 “Não faz sentido ter uma unidade de hardware dentro de uma companhia de software, exceto se você unir ambas como a Apple faz”, disse Cusumano.

 Embora descartar a oferta pela Nokia não seja uma perspectiva provável agora, Cusumano disse que isso poderia acontecer no futuro. A Microsoft, que está no meio da busca de um novo CEO, apostou em seu futuro como companhia de dispositivos e serviços.

 Steve Ballmer, que se aposentará como CEO quando seu sucessor assumir o cargo, reorganizou a companhia sediada em Redmond, Washington, em volta da estratégia no ano passado e fechou a oferta pela Nokia em setembro para acelerar a transição.

 Frank Shaw, porta-voz da Microsoft, não quis comentar. Sem escolha A princípio, a Microsoft, que foi pioneira da indústria dos computadores pessoais vendendo software e deixando que a Dell Inc., a Hewlett-Packard Co. e outros fabricantes construíssem máquinas, seguiu o mesmo modelo no mercado de celulares.

 A Microsoft passou mais de uma década tentando replicar seu sucesso nos PCs com o sistema operativo Windows, mas ficou atrás da Apple e da Google.

 Embora a Microsoft tenha demonstrado com seus consoles de videogames Xbox – atualmente na terceira geração – que pode unir hardware e software com sucesso, a aquisição da Nokia foi um passo necessário, segundo Avi Greengart, analista de dispositivos para consumidores da Current Analysis.

 Sem a Nokia, a Microsoft ficaria essencialmente sem participação no mercado de celulares e tablets, pois a Nokia vendeu mais de 90 por cento dos dispositivos Windows Phone no ano passado, disse Greengart.

 “A Google não precisava comprar a Motorola”, disse Greengart. “Eu não acredito que a Microsoft tivesse muitas escolhas”.

 Mesmo caminho

 Até agora, o plano da Microsoft é continuar pelo caminho por que a Google tentou andar com a Motorola, vendendo hardware que concorra com o software vendido a fabricantes rivais.

 A decisão da Google de vender a Motorola Mobility, que poderia acabar gerando uma perda de vários bilhões de dólares, destaca as complexidades de concorrer com parceiros, segundo Gene Munster, analista da Piper Jaffray Cos.

 Ainda que os grandes fabricantes de smartphones com Android, como a Samsung Electronics Co. e a Lenovo, tenham poucas alternativas ao Android, ter que enfrentar a situação com Motorola Mobility era uma fonte de tensão.

 Após a compra, a Google prometeu que o grupo Motorola não receberia tratamento especial, como acesso prévio a novas versões do Android, e o manteve separado em um prédio diferente ao da equipe do Android.

 “Interessante ver a Google desistir de tentar ser uma companhia de software e hardware”, disse Cusumano. “Não me surpreenderia falar o mesmo da Microsoft daqui a dois ou três anos”. Peter Burrows e Dina Bass, da Bloomberg
Fonte: exame 31/01/2014





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