William Ury: Negociação baseada em ganhos mútuos
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William Ury: Negociação baseada em ganhos mútuos


Para especialista, enxergar a negociação como um ambiente de cooperação abre caminho para novas possibilidades e para bons acordos

O sucesso da sua organização depende das 10 principais decisões que vocês tomaram nos últimos anos e, geralmente, em todas elas é preciso melhorar as habilidades e competências pessoais na negociação”, afirma William Ury em seminário realizado em Porto Alegre pela HSM.

O palestrante trouxe aos seminaristas um novo olhar para a negociação; o de pacificador, que em nada tem a ver com o aceitar o que o outro lado propõe.

Reconhecido internacionalmente como um dos maiores especialistas em negociação e gestão de conflitos da atualidade, Ury é autor de diversos best-sellers como Getting to yes, Getting to peace e The power positive no: how to say no and still get to yes, e tem ainda contribuído para a pacificação no oriente médio e conduzido importantes negociações empresariais como consultor de renome internacional.

Ele explica que a negociação deve ser entendida como a mediação de interesses entre as partes na qual é interessante que ambos os lados avaliem o que ganham e o que perdem com o que está sendo proposto.

“Pensem: com quem vocês negociam durante seu dia? Fornecedores, clientes, bancos, chefes, colegas. Depois, tente mensurar quanto tempo você gasta ‘acordando’ com essas pessoas? E, finalmente, lembrem-se que a revolução do conhecimento mudou o modo como tomamos nossas decisões, que antigamente eram pautadas com base em ordens superiores e obediência da base”, lembra.

Política dos ganhos mútuos

Deste modo, estabelecer um ambiente de negociação que aumente as possibilidades de sucesso a partir de ganhos mútuos é o caminho saudável para a concretização de bons negócios.

O primeiro passo para se tornar um negociador reflexivo, segundo ele, é aprender a tomar a perspectiva de pensar a negociação como um processo, deixando de focar apenas no resultado, empenhando-se em definir suas posições e e interesses subjacentes.

• O que está por trás do lucro? Controle econômico, autonomia política, posicionamento, reconhecimento, status, independência?

• Quais são o nossos interesses? Essa diferenciação é crucial para conquistar o que se quer.

Os lances estratégicos para o sucesso efetivo

O Propósito: o que você está tentando negociar? Lembre-se de que quando há muita coisa em jogo não reagimos de uma forma que promova o melhor e sempre estaremos tentando mudar o pensamento do outro.

Habitualmente, são três as reações naturais que atrapalham a negociação inteligente: o revide, o olho por olho e o se afastar ou ceder para resolver um problema. E em nenhum destes casos há um resultado satisfatório para ambos. Por isso, tenha um tempo para pensar. “A preparação é crucial para a negociação”, afirma.

O Poder: um dos maiores poderes que temos como negociadores é o de não reagir que, em muitos casos, é o tempo que você se dedica para perceber como vai virar a mesa. Assim, defina antes: o que você quer e o que precisa ser feito? “Lembre-se de se concentrar no que é mais importante para vocês, pois isso certamente trará mais chance de oferecer um resultado mais proveitoso”.

As Pessoas: os negociadores bem sucedidos separam pessoas e problemas para que consigam ser suaves com as pessoas e duros com os problemas, principalmente quando na negociação é preciso lidar com ego e problemas emocionais.

Comece tentando se colocar no lugar do outro, entendendo como sendo ele para que você possa influenciar, afinal, como você quer mudar algo que não conhece como pensa a outra pessoa?

Resolução de problemas: faça perguntas que deslocam os holofotes da posição para a busca de opções criativas e formas justas de se resolver o problema.

Entre com as seguintes perguntas: porque, quais são as suas necessidades e suas preocupações?

Criar um momento especial para novas ideias em que não é permitido fazer críticas pode se tornar a hora mais preciosa da semana em uma empresa, pois propicia um estímulo à criatividade na negociação.

A Proposta efetiva: se a outra pessoa não te disse um sim, construa uma ponte para que ela chegue a um acordo que te favoreça, começando pelo ponto em que as ideias dela estejam convergentes com as suas.

“Tome como base em suas negociações um não positivo a partir de um interesse central e trabalhe o sim de seu interesse como uma proposta de ajuda e interesse para o problema do outro lado”.

E lembrem-se: “o maior obstáculo para conseguir o que queremos somos nós mesmos e não é possível influenciar os outros sem antes sermos capazes de mudar a nós mesmos”.

INSIGHTS DE WILLIAM URY

Negociação baseada em ganhos mútuos, o poder do não e formas de negociação são os temas passados pelo palestrante.
  1. São 6 as alavancas estratégicas da negociação: O propósito, o poder, as pessoas, o modo com soluciona problemas, a proteção do seu não positivo e a ponte a ser criada. Estimule suas habilidades em estar atento a esses passos.
  2. A proposta ao cliente deve ser iniciada a partir do ponto em que as ideias deles estão e serão aceitas para satisfazer as necessidades não atendidas.
  3. Há diversas formas de se conduzir uma negociação tendo claro o modo respeitoso que se deve ser dito o não, além de aproveitar o propósito e as soluções oferecidas pelo sim.
  4. A sabedoria de Gandhi: um não dito com convicção profunda é melhor e mais nobre que um sim dito apenas para agradar ou, o que é pior, para evitar problemas.
  5. Desenvolva um MAANA (melhor alternativa à negociação de um acordo): Olhe-o como um plano de reserva e não como um último recurso; tenha-o como uma referência e não como um resultado almejado; Visualize o seu projeto MAANA como poder de negociação para você e não punição para a outra parte.
  6. Proteja-se de tomar posturas das quais você não necessariamente gostaria. Nunca diga sim quando quer dizer não, não diga não de forma destrutiva ou quando quiser evitar quaisquer questão.
  7. Os critérios decisivos podem constantemente mudar de posição. Assim, estabeleça padrões independentes para decidir o que é justo. Avalie sempre: valor de mercado, precedentes, leis, reciprocidade, custos, eficiência e discernimento científico.
  8. Sempre coloque-se na posição sugestiva, oferecendo abertura para o entendimento e para a preocupação com os interesses e soluções da outra parte.
  9. Pense como estabelecer um ambiente de negociação que aumente as possibilidades de sucesso, perguntando-se: como é possível mudar as regras de jogo para ganhos mútuos?
  10. Para se tornar um negociador reflexivo, é preciso aprender a tomar uma perspectiva de pensar a negociação como um processo, deixando de focar apenas no resultado.
Fonte:PortalHSM01/12/2011




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