Marcas e Empresas
XP terá novo sócio, mas mantém plano de IPO
Corretora confirmou ontem a venda de 31% para o fundo americano General Atlantic, por R$ 430 milhões
A corretora XP Investimentos confirmou ontem o acordo societário com o fundo de private equity americano General Atlantic (GA). No negócio, assinado há uma semana, a GA adquiriu uma fatia de 31% na XP, por R$ 430 milhões. Ao longo do processo a empresa foi avaliada em R$ 1,23 bilhão. A transação ainda está sujeita à aprovação do Banco Central e da Casa Civil.
Pelo acordo, a XP fica com os outros 59% do negócio e o fundo inglês Actis, com 10%. Na composição societária anterior, a XP detinha 79,5%, enquanto a Actis tinha 20,5%.
Segundo Guilherme Benchimol - fundador e controlador da XP, ao lado de Marcelo Maisonave - o primeiro contato com a General Atlantic ocorreu em março. A XP planejava abrir capital há cerca de um ano, mas acabou optando por buscar um sócio estratégico.
"Com um IPO você busca dinheiro. Já um sócio estratégico traz dinheiro e inteligência para a empresa", disse Benchimol. Ele descarta a negociação com novos sócios daqui para a frente. O objetivo da XP com o acordo é melhorar sua governança e práticas na área de mercado de capitais, se valendo da experiência internacional da General Atlantic.
Além disso, a maior parte do montante pago pela GA será reinvestido para fortalecer as área de tecnologia, educação financeira e o quadro de agentes autônomos de investimento - que saltará de 1,5 mil para 3,5 mil até o fim de 2013. Benchimol acredita esse processo levará ao menos dois anos. Só depois a XP retomará o plano inicial de ir a mercado.
A XP projeta fechar este ano com um faturamento de R$ 400 milhões. Em 2013, a expectativa é de um salto de 50%, elevando a receita anual a R$ 600 milhões.
De acordo com Benchimol, a maior parte da receita (50%) ainda vem do negócio de corretagem. O restante se divide entre a operação de fundos (15%), renda fixa (15%), seguros/previdência (6%), educação financeira (2%) e outros (12%). Nos últimos anos a XP vem fazendo esforços para diversificar sua atuação, se tornando um shopping de investimentos, por isso essa divisão tende a se alterar, com as operações em mercado de capitais ganhando espaço.
"O projeto XP é acreditar que a forma como o brasileiro investe, que é confiar no gerente do banco, na poupança, vai mudar. O motor disso será a forte redução da taxa de juros", disse Benchimol.
Em nota, o diretor responsável pela operação da General Atlantic na América Latina, Martin Escobari, disse que aposta na transformação do Brasil por uma nova era de juros mais baixos e o desenvolvimento de sua classe investidora.MARIANA DURÃO Fonte: Estado de S.Paulo 06/12/2012
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