Executivos abrem casas de private equity
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Executivos abrem casas de private equity


Eles eram tarimbados executivos de empresas e bancos. Agora, pode-se dizer, são empresários. Não de uma, mas de várias companhias ao mesmo tempo. Luis Filipe Lomonaco deixou a presidência da rede de estacionamentos Estapar para ter um pedaço da Mobilepeople, que faz softwares para celular, e da indústria de embalagens Splack. Richard Lark foi vice-presidente financeiro da Gol por cinco anos, sendo que antes passou pela Lojas Americanas e pelo Morgan Stanley. Agora, é sócio da Renar Maçãs, dos restaurantes Espaço Árabe e da fabricante de cosméticos Valmari.

O movimento vem na esteira do crescimento do mercado de private equity no Brasil, que tem atraído recentemente ao país bilionárias gestoras estrangeiras como Carlyle, KKR, Highbridge e Blackstone.

Fundo que compra participação em empresas é um tipo de investimento que está se tornando cada vez mais conhecido. Há tanto mais investidores dispostos a aplicar em private equity quanto mais empresas querendo receber os fundos como sócios, por isso surgem novas gestoras, diz Sidney Chameh, presidente da Abvcap, associação que reúne a indústria de private equity brasileira. Só o tempo - e o histórico de rentabilidade - vai mostrar se o mercado é capaz de absorver tantas gestoras. Antes restrito a bilionários investidores internacionais ou a fundos de pensão locais, agora esse tipo de aplicação também é demandado por investidores brasileiros de menor porte, como os próprios amigos e a família desses ex-executivos que querem investir na economia real.

Em meio a essa onda, Lark fundou a gestora Endurance, juntando-se ao ex-presidente da Farmasa (agora parte da Hypermarcas), André De Vivo, para começar a aplicar apenas recursos próprios em um portfólio de empresas em 2007. Aos poucos a nova casa foi captando dinheiro de amigos e conhecidos até fechar neste ano o primeiro aporte de um investidor institucional, a gestora Paul Capital. O fundo tem cerca de R$ 100 milhões. Conheço muito de gestão e vi que havia uma oportunidade para aplicar isso em empresas de pequeno e médio portes. Para as companhias, acaba sendo uma oportunidade de atrair ao mesmo tempo capital financeiro e intelectual, diz Lark.

Na Treecorp, da qual Lomonaco é sócio, um grupo de três executivos que já estavam comprando individualmente participações em empresas decidiu se unir em torno de uma só gestora para fazer os aportes. De quebra, começaram a investir também o dinheiro de outros empresários e executivos endinheirados, como Paulo Veloso, da Regatta Sport, rede de lojas de artigos náuticos, e Luiz Alberto Chemin, da incorporadora Chemin. Buscam companhias com faturamento entre R$ 5 milhões e R$ 150 milhões.

No fim, somos todos empresários, que conhecemos outros empresários, investidores e reestruturadores de empresas. Isso facilita o investimento, explica Lomonaco. Ao lado dele na Treecorp, estão Carlos Augusto Fagundes, que trabalhou na Qualicorp, e Daniel McQuoid, ex-vice-presidente da incorporadora JHSF. Na hora de contratar alguém para trabalhar nas empresas investidas, recrutam pessoas com quem já tiveram contato no passado.

Outro executivo que deixa o dia a dia das companhias para fazer investimentos de private equity é Marcelo Marques Moreira Filho, que presidiu a Dasa, de diagnósticos, e a Tiba Agro, de terras, além de ter sido sócio do Pátria Investimentos, que também compra participações em empresas.

Junto com outros três ex-executivos do Pátria - Felipe Camargo, Flávia Conrado e Judith Varandas -, Moreira Filho está à procura de empresas com faturamento entre US$ 5 milhões e US$ 1 bilhão na Setter Investimentos. O objetivo é encontrar e depois fazer a gestão dos ativos comprados para fundos de private equity estrangeiros que ainda não tenham presença no Brasil. Em alguns casos, a própria Setter pode investir conjuntamente. Muitos fundos querem entrar no Brasil, mas sem montar uma equipe local, diz Moreira Filho.

Para os ex-executivos de empresas que decidiram chefiar diversas companhias ao mesmo tempo, pouco importa a fatia que vão ter da companhia investida. Não faço questão de ter o controle. O importante é participar diretamente da gestão, diz Lark, da Endurance. Quem já comandou até companhias bilionárias quer mesmo é continuar com a mão na massa.

Fonte Valor Econômico 10/05/2011



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