Para vender GVT, francesa Vivendi terá que continuar como sócia
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Para vender GVT, francesa Vivendi terá que continuar como sócia


Propostas dos grupos interessados pela tele brasileira inclui o pagamento em ações para chegar no pedido de US$ 19 bilhões

 Uma das empresas que mais cresce no setor de telecomunicações do país, a GVT pode mudar de mãos ainda neste ano numa operação bilionária que, se concretizada, entrará para a lista das maiores já realizadas no setor.

 A operação de venda já recebeu as bênçãos do governo e as negociações seguem aceleradas com dois grupos interessados: a empresa americana DirecTV e um consórcio de fundos comandado pelo americano KKR e que tem participação do Gávea, de Armínio Fraga.

 Para fechá-la, contudo, o grupo francês Vivendi, que se empenha há pelo menos seis meses em passar a GVT adiante, já sabe que não poderá simplesmente colocar o dinheiro no bolso e despedir-se do país.

Isso porque, para se aproximar dos R$ 19 bilhões pedidos pela empresa, valor considerado alto, as propostas dos concorrentes que restaram na disputa incluem o pagamento em ações.

 Segundo a Folha apurou com executivos envolvidos na negociação, a Vivendi já não se opõe ao modelo e a ordem é se empenhar para que o negócio seja fechado nas próximas semanas.

Se obtiver sucesso, portanto, a Vivendi seguirá sócia da empresa brasileira direta ou indiretamente. 

MODELO

 No desenho até agora proposto pela DirecTV, que no Brasil controla a Sky em sociedade com a Globo, a Vivendi se tornaria sócia da holding americana e acionista indireta da GVT.

 A DirecTV sinalizou intenção de manter a proposta em torno de R$ 15 bilhões. Qualquer acréscimo viria por meio de participação acionária.

 Já no arranjo sugerido pelo consórcio de fundos, a Vivendi permaneceria com uma fatia direta da GVT, recebendo em dinheiro um valor mais baixo ao oferecido pela concorrente.

 Procuradas pela reportagem, DirecTV e KKR não responderam até o fechamento desta edição.

As linhas gerais das propostas já estão na mesa, mas a proporção do quanto será pago em dinheiro e repassado em ações ainda está sendo discutida e pode sofrer alterações, diz um executivo da Vivendi ouvido pela reportagem. O prazo final para a entrega das propostas é a primeira quinzena de março.

Apesar de pequena diante dos grupos Oi, Telefônica/Vivo, Tim e Claro/Net/Embratel, a GVT é cobiçada pela alta taxa de crescimento: nos últimos três anos mais que dobrou de tamanho, chegando a 5,5 milhões de usuários.

 O valor ambicionado pelos franceses, no entanto, afugentou compradores. Dos cinco grupos inicialmente interessados, três já desistiram: a Telecom Itália, o BTG Pactual e o fundo Apax Partners.

 QUINTO ELEMENTO

 O processo de venda da GVT é acompanhado de perto pelo governo. A empresa, que oferece banda larga, telefonia fixa e TV a cabo, transformou-se numa espécie de quinto elemento no setor.

 Por isso, o governo não vê problemas na troca de controle, desde que ela não resulte em mais concentração de mercado nem prejudique os planos de investimento da GVT neste ano.

 A mensagem foi transmitida pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ao presidente da Vivendi, Jean-François Dubos, em reunião em novembro em Brasília. RENATA AGOSTINI Fonte:Folha de São Paulo 24/02/2103



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