5 fatores que dificultam o benchmark dos hospitais
Marcas e Empresas

5 fatores que dificultam o benchmark dos hospitais


Para especialista, a comparação entre as instituições de saúde, hoje, é inviável e se tornará falsa. "Vamos continuar ‘no escuro’"

Quem trabalha no segmento da saúde está acostumado a fazer a gestão comercial ‘no escuro’.
As operadoras de planos de saúde não, porque trocam informações com certa facilidade.

E é muito simples fazer isso porque, propositalmente ou não, contratam a mesma empresa de auditoria de contas que outra operadora, de modo que os auditores têm diariamente em mãos os preços praticados pelas concorrentes.

Nos hospitais existem diversos fatores que dificultam a comparação (ou benchmark) das suas práticas em relação aos demais:
-Têm níveis de hotelaria muito diferentes, então é difícil comparar uma diária de apartamento de um com o outro;
-Têm infra-estrutura e equipamentos mais ou menos sofisticados, e equipes de apoio mais ou menos especializadas, então é difícil comparar o valor de da taxa de sala ‘porte x’ de um hospital com o outro;
-Em um hospital determinada taxa está incluída na diária, em outro não;
-Aplicam taxa de manipulação sobre medicamentos e materiais totalmente diferentes, porque um tem mais atenção na manipulação que o outro, e evidentemente o custo é diferente;
- Em uma mesma região um hospital depende mais de uma seguradora do que o outro – para um a seguradora traz mais movimento, para outro não.
-E assim por diante …


Hospitais de uma mesma região são concorrentes diretos, e a comparação com o que é praticado em hospitais de outra região ‘não serve pra nada’.

Particularmente já participei de uma série de iniciativas de troca de informações entre hospitais, todas frustradas porque no fundo cada um tem interesse nas informações dos demais desde que não tenham que fornecer a sua – na verdade um nunca confia no outro.

O paradoxo é que na questão de compartilhar informações os hospitais dão aula para qualquer tipo de empresa quando se trata do lado assistencial: todos fazem questão de falar em alto e bom som para o mundo, incluindo a concorrência, como fazem para tratar uma doença, como estruturam suas unidades, etc. … mas quando o assunto é preço, cobertura e requisitos de atendimento um fica ‘enganando o outro’ – resultado: ‘nota 0 com louvor’ !

E este panorama em que as operadoras sabem detalhadamente a política comercial de todos os hospitais, e da sua própria concorrência, mas os hospitais não têm idéia do que sua concorrência faz vai piorar.

Com a evolução da TISS e TUSS, a ANS vai acabar tabulando detalhadamente todas as práticas de mercado, e criando uma base de informação que se não for muito bem vigiada, será utilizada para ‘nivelar por baixo’ as práticas hospitalares.

Estamos caminhando para uma padronização falsa das práticas hospitalares, onde diária de apartamento tem ‘código x’ para todos, independente se é um apartamento de 50 ou 100 metros quadrados, de quais equipamentos fixos existem, etc.

E infelizmente não vemos ‘luz no fim do túnel’ – este movimento é irreversível e inalterável, porque está sendo conduzido basicamente por pessoas que têm maior experiência na área pública, onde a maioria dos hospitais realmente é similar, e invariavelmente com menos estrutura que nos hospitais privados.

Os representantes dos hospitais privados de maior referência do mercado estão muito distantes desta discussão, contando com a força que sempre tiveram ao negociar com as operadoras. Os hospitais de menor expressão no mercado, que são a maioria absoluta, serão prejudicados por isso.

O benchmark, hoje inviável, se tornará uma comparação falsa, e vamos continuar ‘no escuro’. Enio Salu
Fonte:saudeweb20/09/2011



loading...

- Btg Está Prestes A Vender 25% Da Rede D'’or Ao Carlyle
Hospital Norte D'Or: a operação da Rede D'or, se concretizada, será a primeira compra de participação acionária por estrangeiros em hospitais O BTG Pactual está perto de fechar a venda de uma participação de 25% na Rede D'Or para...

- Sob Comando Da Unitedhealth, Amil Negocia Compra De Hospitais
A Amil, operadora de planos de saúde comprada pela americana UnitedHealth em outubro do ano passado, está negociando a compra de hospitais e já tem sobre a mesa várias propostas. A negociação mais avançada, já em processo de diligência, ocorre...

- Einstein Não Vai Participar De Ppp No Mercado De Saúde
Hospital Israelita Albert Einstein seria um dos grandes concorrentes da licitação da prefeitura de São Paulo. A prefeitura de São Paulo pretende licitar R$ 1 bilhão em reformas e equipamentos de hospitais. A expectativa dos mercados é que esses...

- Hospitais De Sp Investem R$ 2,7 Bilhões Em Expansão
Onze instituições privadas terão mais 1.170 leitos nos próximos quatro anos Aumento do número de pessoas com plano de saúde tem levado a altas taxas de ocupação e espera nos hospitais Onze dos principais hospitais privados da capital paulista...

- Nova Classe Média Esquenta Guerra Entre Planos De Saúde E Hospitais.
Planos de saúde investem em hospitais próprios para atender à demanda crescente e enfrentar restrições dos serviços prestados pela rede hospitalar. Levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mostra que número de pessoas...



Marcas e Empresas








.