Marcas e Empresas
Biológicos, a saída para laboratórios
No início deste ano, a farmacêutica francesa Sanofi-Aventis anunciou a aquisição da Genzyme em uma transação avaliada em cerca de US$ 20 bilhões. O acordo pôs fim a uma longa série de negociações entre as duas empresas que levou meses, uma vez que os controladores resistiram à oferta hostil de compra. - Com a ação, a Sanofi seguiu os passos de outra europeia, a suíça Roche, que comprou a norte-americana de biotecnologia Genentech para pôr o pé definitivamente no segmento de biológicos.
Os negócios indicam claramente a importância que os medicamentos biotecnológicos recebem hoje na indústria farmacêutica. Isso se deve à consciência de que o sequenciamento genético e as inúmeras possibilidades oferecidas pela biotecnologia abrem as portas para que os laboratórios encontrem um porto seguro diante das dificuldades vividas com a perda de patentes. Por isso, gigantes do setor apostam suas fichas nessa evolução e já traçam as estratégias para garantir os rendimentos perdidos com os sintéticos.
Para conseguir superar as dificuldades da negociação, a Sanofi precisou fazer pagamentos adicionais em dinheiro aos acionistas da Genzyme, conforme o sucesso de desempenho de diversos medicamentos da companhia, sediada em Cambridge, no Estado de Massachusetts.
Em quase nove meses de idas e vindas entre as duas companhias, a gigante francesa finalmente decidiu que o portfólio da Genzyme de tratamentos para doenças raras poderia valer um adicional de US$ 5 por ação, acima de sua oferta inicial, de US$ 69 por papel. Em outubro do ano passado, o diretor-executivo da Sanofi-Aventis, Chris Viehbacher, apresentou uma oferta hostil pela Genzyme, diante da dura resistência do fundador e diretor-executivo da Genzyme, Henri Termeer. Desde então, os dois lados suavizaram suas posições e a Genzyme decidiu abrir seus livros contábeis para avaliação da Sanofi no início deste ano, sinalizando que uma negociação estava próxima.
No final, os conselhos de ambas as empresas aprovaram por unanimidade a negociação, concretizada no início do segundo trimestre. Além de ser especializada em doenças raras, a Genzyme atua na área de nefrologia, hematologia e oncologia.
O acordo fechado "criou uma nova plataforma, significativa, de crescimento para a Sanofi-Aventis, enquanto expandiu sua presença na área de tecnologia", declarou Viehbacher na época.
Com a aquisição, Henri Termeer deixou o cargo de presidente do conselho e diretor-executivo da Genzyme, mas manteve seu papel de consultor como co-presidente de um comitê de integração ao lado de Viehbacher.
Para este ano, a fabricante francesa de medicamentos Sanofi elevou a perspectiva de lucro, considerando a integração da companhia de biotecnologia Genzyme como parte da companhia.
A estimativa inicial da Sanofi era de que o lucro por ação em 2011 fosse de 5% a 10% menor que o do ano passado. Agora, incluindo a Genzyme, a Sanofi espera queda de 2% a 5% do lucro por ação em 2011. A estimativa da Sanofi exclui a perspectiva de retorno do medicamento genérico para câncer Eloxation, nos Estados Unidos.
A Sanofi registrou um lucro líquido, excluídos amortização e custos legais, de 2,15 bilhões de euros no segundo trimestre, queda de 13% em relação ao registrado no ano passado. As vendas no período foram de 8,35 bilhões de euros.
A empresa informou que a integração da Genzyme significará ganhos de US$ 700 milhões em redução de custos até o fim de 2013.
A Sanofi tem registrado redução dos lucros devido à queda das vendas de medicamentos que estão perdendo a proteção de patente, problema que a Genzyme poderá ajudar a mitigar.
Este ano a Genzyme conquistou pela quarta vez consecutiva um posto entre as 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, de acordo com pesquisa realizada pela Great Place to Work®. Além do prêmio, a companhia ficou entre as empresas com mais mulheres e maior índice de escolaridade dos funcionários.
A diretora sênior de Recursos Humanos da empresa para América Latina, Rita Gonçalves, ressalta que o prêmio é o resultado do trabalho contínuo da empresa e da qualidade para os colaboradores.
Fonte:dci18/08/2011
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