Marcas e Empresas
Deloitte conclui compra da Monitor e promete mais
Enquanto as grandes de auditoria reconstroem suas unidades de consultoria, depois de terem vendido essas divisões no início da década passada, a Deloitte, única das ‘Big Four’ que manteve esse segmento, quer reforçar ainda mais seu portfólio de serviços. A empresa acaba de concluir a aquisição, por US$ 116 milhões, das operações globais da Monitor Company Group, consultoria especializada em estratégia, que tem entre seus fundadores o guru dos negócios Michael Porter.
A transação, fechada na noite de sexta-feira, envolveu as unidades da Monitor nos EUA e em outros países, inclusive no Brasil, onde o negócio prevê a absorção integral de uma equipe de aproximadamente 70 pessoas. O novo negócio se chamará Monitor Deloitte.
Ricardo Balkins, líder de consultoria da Deloitte no Brasil, diz que tanto o “beneficio como o investimento” no negócio foram repartidos entre as unidades regionais da rede, mas preferiu manter em sigilo o valor desembolsado no país.
Essa não deve ser a única aquisição da Deloitte no curto e médio prazos. Segundo Heloisa Montes, líder da área de estratégia, marca e marketing da firma, há muitos negócios em fase de prospecção. “Mas não é fácil fazer compra de empresa. Não é algo que se faz num estalar de dedos”, afirma ela, lembrando que aquisições dependem também da disposição dos vendedores.
Em termos de foco de interesse, o espectro é grande, mas sempre dentro da área de consultoria. “Auditoria não tem nada para comprar. O que mais tiver de interessante, a gente vai atrás.”
O apetite por consolidação não é apenas da Deloitte. Em dezembro, a Ernst & Young Terco anunciou a compra da consultoria de gestão Axia Value Chain e também se mostrou disposta a realizar mais aquisições.
O negócio entre a Deloitte e a Monitor foi anunciado em 7 de novembro, mesma data em que a consultoria americana pediu proteção contra credores nos termos do capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos. As dificuldades financeiras começaram após o estouro da crise no fim de 2008, e houve a conclusão de que a saída teria que ser “inorgânica”.
A aquisição vai complementar o portfólio de serviço de consultoria oferecido pela Deloitte, que tem posição destacada em implantação de sistemas de gestão tipo ERP.
Atualmente, a Deloitte no Brasil tem entre 300 e 400 funcionários trabalhando em uma área chamada de “estratégia e operações”. Mas Balkins conta que o foco mais forte era em operações, embora houvesse “pinceladas no trabalho de estratégia”.
O faturamento da Monitor no Brasil não foi divulgado, mas a transação deve facilitar a meta da Deloitte de alcançar faturamento de mais de R$ 1 bilhão no atual ano fiscal, que termina em maio. No último exercício, a firma de auditoria e consultoria registrou receitas de R$ 932 milhões, o que a coloca como segunda no mercado brasileiro – atrás da PwC, mas à frente de Ernst & Young Terco e KPMG.
Segundo Flavia Buarque de Almeida, que vai liderar a nova linha de serviços, a Monitor nasceu fazendo estratégia corporativa e planejamento estratégico. “A gente tendia a trabalhar no início [do processo] e no topo das organizações. Com a Deloitte, vamos descer ao nível das operações e de sistemas, oferecendo uma solução mais completa para os clientes.” Por Fernando Torres Valor Econômico
Fonte:noticias fiscais 15/01/2013
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