Marcas e Empresas
Grupos investem em laboratórios de TI
O 5º andar do prédio do Tecnopuc, o parque tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), poderia facilmente ser confundido com um escritório do Google. O ambiente colorido e com mobiliário descontraído é típico do Vale do Silício. Mas, as instalações não são de uma empresa de tecnologia.
O escritório pertence ao grupo de comunicação RBS. A unidade de desenvolvimento de produtos digitais é uma forma de a empresa de mídia tentar entender melhor o mundo da tecnologia e aprimorar a criação de notícias. Seu objetivo é suprir o grupo com funcionalidades para o site, aplicativos para dispositivos móveis, infográficos, entre outros sistemas.
A área reúne 85 profissionais com perfis pouco convencionais para uma empresa jornalística. São engenheiros, estatísticos, cineastas e matemáticos. O investimento para instalação no Tecnopuc foi de R$ 2 milhões. "Não podemos terceirizar a criação de tudo isso. Não vai sair direito se não fizermos internamente", disse Marta Gleich, diretora de internet do jornal "Zero Hora", que participou do seminário da Inma.
De acordo com Marta, além de ajudar o grupo a atuar no mundo virtual, a iniciativa também cria novas fontes de receita. Entre as possibilidades, a executiva citou a venda de softwares para outras empresas, a elaboração de pesquisas e a prestação de serviços para anunciantes.
A iniciativa é semelhante à do Ad Labs, do jornal "The New York Times". A unidade, ligada à área de publicidade do jornal, emprega 30 profissionais, entre engenheiros, matemáticos e estatísticos. De acordo com Isabel Sicherle, diretora do jornal para América Latina, México e Caribe, a área pesquisa novas ferramentas e formas de anunciar nos jornais e revistas do grupo, e também tecnologias para uso interno. "A criação de notícias é uma mistura de jornalistas com o pessoal de tecnologia", afirmou a executiva. De acordo com Isabel, o meio digital foi um dos principais impulsionadores da internacionalização da marca do jornal americano nos últimos anos.
O site recebe 50 milhões de visitantes únicos por mês. O número, de acordo com a executiva, não foi afetado pela implantação de um sistema de cobrança para acesso às notícias. "O volume caiu um pouco, mas rapidamente voltou ao normal", disse. Segundo Isabel, o site tem 325 mil assinantes, que pagam entre US$ 300 e US$ 500 por ano.
Fonte:ValorEconômico23/11/2011
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