H&M veio estudar o país, mas adia plano
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H&M veio estudar o país, mas adia plano


A sueca H&M, uma das principais varejistas de moda do mundo, voltou a analisar nos últimos meses a sua entrada no mercado brasileiro. A rede esteve em contato com o grupo Iguatemi, a BR Malls e a Ancar, e chegou a conversar neste ano com algumas grifes de moda brasileira. Coletou informações sobre o varejo local e solicitou detalhes a respeito do novo empreendimento para a classe A, o JK Iguatemi, de São Paulo.

Até semanas atrás, não houve avanços nas negociações para abertura da primeira loja no Brasil, conforme apurou o Valor. "Vontade há, mas eles acham que teriam problemas para reproduzir aqui o modelo fast-fashion que têm no mundo", conta um executivo que conversou com representantes da rede dois meses atrás. "Além disso, eles têm projetos para consolidar o negócio na China agora, que é uma prioridade para a rede".

Procurada pelo Valor, a porta voz da companhia, Charlotta Nemlin, informa em nota que "a H&M está sempre procurando novos mercados, mas no momento não tem nenhum plano concreto de abertura de lojas no Brasil".

A H&M tem crescido 12% ao ano nos últimos cinco anos. Em 2010 faturou US$ 20,2 bilhões. A rede atua em 38 países e ampliou em quase 70% o número de lojas desde 2006. Hoje tem 2,2 mil pontos.

Nas conversas com os shoppings, a H&M coletou informações sobre ritmo de importação de peças e modelo de fabricação local das redes brasileiras. "Eles descobriram que há lojas estrangeiras com peças paradas nos portos por mais de 30 dias. É algo que eles não entendem", conta um dono de uma grife brasileira de vestuário. Isso é um problema porque a varejista sueca quer replicar no Brasil a mesma estratégia de negócios no mundo - fazer as coleções terem um giro alto e vendê-las sempre a preços agressivos. Esta é a base do modelo de varejo fast-fashion.

O caminho seria, então, terceirizar parte da produção no Brasil. Mas a H&M constatou, em estudos preliminares, que o custo local comprometeria parte da margem operacional. O repasse dessa pressão poderia encarecer o preço final do produto, afastando a varejista da faixa de preço pretendida.

Outra questão agrava um pouco esse cenário. Quando decidir vir ao Brasil, a H&M também irá entrar em outros mercados da América do Sul, apurou o Valor. "Nesse caso, vão ter que lidar com a inversão de estações na América do Sul. Aqui é verão e na Europa, inverno. Não dá para fazer coleção só para nós. A saída seria ampliar a produção local, e aí caímos de novo no problema do custo-Brasil", diz um consultor que procurou a H&M para oferecer seus serviços. (AM)
Fonte:valoreconomico29/08/2011



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