Pátria compra 50% da comercializadora Capitale
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Pátria compra 50% da comercializadora Capitale


De olho em um mercado que movimenta quase R$ 30 bilhões no país e em franco crescimento, a gestora de recursos Pátria Investimentos ingressou no segmento de comercialização de energia, com a aquisição de 50% da Capitale Energia. O valor do negócio, realizado via aporte de capital na companhia, não foi divulgado.

Com pouco menos de dois anos de existência, a Capitale se tornou uma das cinco maiores empresas independentes do setor. No ano passado, a companhia registrou faturamento de R$ 215 milhões, com vendas totais de 3.240 GWh, volume equivalente ao consumo de energia anual da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Para o Pátria, o investimento na Capitale é estratégico. Tanto que a participação será adquirida com recursos predominantemente da própria gestora, em vez de ser realizada por meio dos fundos captados de investidores. A firma possui atualmente mais de R$ 10 bilhões em ativos sob gestão e no ano passado fechou a captação de dois novos fundos de private equity - que investe na compra de participações em empresas -, que juntos somam US$ 2,4 bilhões.

Como sócio da empresa de energias renováveis Ersa - que no ano passado se uniu à CPFL na criação da CPFL Renováveis -, o Pátria seguiu de perto o desenvolvimento do segmento de comercialização, segundo Luiz Otávio Magalhães, sócio da gestora. As conversas com a Capitale começaram em junho do ano passado, de acordo com o executivo.

Embora seja uma empresa nova, Daniel Augusto Rossi e Rafael Villano Mathias, sócios da Capitale, trazem na bagagem experiência tanto no setor elétrico como no mercado financeiro. Antes de criarem a companhia, ambos eram executivos da portuguesa EDP no Brasil.

Com a chegada do novo sócio, a empresa ganha fôlego para aumentar o volume comercializado, em um setor que cresce a taxas superiores à media da economia. No ano passado, o mercado livre de energia, no qual atuam as comercializadoras, representou 27% do consumo no país. Segundo Mathias, o potencial é de que esse percentual chegue a 50%, caso sejam derrubadas algumas barreiras de entrada de novos consumidores.

Pelas regras atuais, apenas clientes que possuem uma demanda mínima de 500 kW, o que equivale a uma fatura média de R$ 50 mil, podem atuar no mercado livre. Os demais consumidores têm apenas a opção do chamado mercado cativo, cuja energia é adquirida pelas distribuidoras nos leilões promovidos pelo governo. "A tendência é de que essas barreiras sejam reduzidas com o passar do tempo", avalia. Mathias lembra que em países como Portugal até mesmo pessoas físicas podem comprar energia no mercado livre.

O objetivo da associação da Capitale com o Pátria vai além da capitalização da empresa, ressalta Rossi. "A gestora conhece o setor e agrega à companhia uma maior experiência em trading, gerenciamento de riscos e controle financeiro", diz.

O executivo destaca que o aumento das negociações cria novas oportunidades de ganho na comercialização de energia. Não por acaso, o segmento tem atraído empresas do setor financeiro, como o BTG Pactual, que em 2010 fechou a compra da Coomex, na época a maior comercializadora independente.

A expectativa é de que a entrada dos bancos ajude a transformar o mercado de compra e venda de energia em um negócio preponderantemente financeiro, a exemplo do que já ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos.

Diante desse cenário, a Capitale e outras dez comercializadoras criaram o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), plataforma de negociação no mercado livre que está em fase final de acertos para dar início às operações. O BBCE fará concorrência à Brix, bolsa de energia de Eike Batista e outros três empresários, que começou a funcionar em julho.

À medida que os preços da energia se tornem mais transparentes e com liquidez, novas possibilidades se abrem para esse mercado, como a criação de instrumentos derivativos com base na oscilação dos preços. Por isso aumenta a necessidade de as comercializadoras terem um parceiro financeiro com experiência em administração de riscos, segundo Rossi. Por Vinícius Pinheiro
Fonte:Valor14/02/2012



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