Por que a Eurofarma vai às compras na América Latina?
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Por que a Eurofarma vai às compras na América Latina?


Empresa faz aquisição de laboratório peruano; é o quinto negócio fechado na região pela companhia desde 2009

 A Eurofarma, sexta maior farmacêutica nacional, fechou há duas semanas mais uma aquisição na América Latina. Desta vez, comprou a Refasa Carrión, a 25ª companhia do setor no mercado peruano. Desde 2009, a empresa já adquiriu pequenas empresas na Argentina, no Uruguai, no Chile e na Colômbia.

 Juntas, as operações internacionais representam apenas 8% das vendas da Eurofarma, mas a empresa tem planos de continuar a expansão. O México e a Venezuela, por exemplo, são mercados prioritários e, até 2015, o laboratório pretende estar presente em 90% da América Latina.

 A estratégia da farmacêutica chama a atenção dos concorrentes - não há outra empresa nacional seguindo um caminho parecido. Sozinho, o mercado brasileiro de medicamentos representa 40% do latino-americano e cresceu, no ano passado a uma taxa de 12%. Nesse cenário, o que justifica o esforço para comprar empresas pouco relevantes em mercados menores?

 Parte da resposta está no salto que a Eurofarma pode dar depois de alçada ao status de companhia latino-americana. Se tiver presença relevante na região, a empresa poderá tornar-se o parceiro de preferência de laboratórios internacionais na representação local de drogas.

 A outra explicação está no fato de que o setor farmacêutico nacional ainda cresce a taxas elevadas, mas enfrenta desafios superlativos. De um lado, o varejo está se consolidando com a criação de cadeias de farmácias, que ganham poder de barganha na negociação com laboratórios. De outro, há um número cada vez menor de grandes drogas prestes a perder patentes - o que deve estreitar o funil de lançamentos dos laboratórios nacionais nos próximos anos. Como se não bastasse, os fabricantes de genéricos têm empreendido uma guerra de preços, com descontos que chegam a 90%.

 Há, ainda, problemas mais imediatos. "A alta do dólar fez o preço de insumos aumentar e os reajustes nos preços de medicamento não têm acompanhado a inflação", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma).

Nesse sentido, a estratégia latino-americana da Eurofarma é criar um novo braço de crescimento. A companhia tem um portfólio com 200 moléculas no Brasil e pretende vendê-las nos países vizinhos - assim que os órgão reguladores locais aprovarem. "Daqui pra frente, ficará mais difícil continuar crescendo 15% ao ano apenas com o mercado brasileiro", explica Maria Del Pilar, diretora de sustentabilidade e novos negócios da Eurofarma. Por MELINA COSTA
Fonte: estadao 01/04/2013



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