Vinci Partners compra 70% da Cecrisa
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Vinci Partners compra 70% da Cecrisa


A Vinci Partners, gestora de recursos de Gilberto Sayão, ex-sócio do Pactual, comprou 70% da Cecrisa, uma das maiores empresas de revestimentos cerâmicos do País. O valor do negócio - fechado na segunda-feira passada, mas ainda não anunciado oficialmente - é de R$ 250 milhões.

 Do dinheiro, R$ 200 milhões vão direto para o caixa da empresa. A maior parte dos recursos deve ser usada para o pagamento de dívidas. Os outros R$ 50 milhões vão para a família Freitas, fundadora da companhia e que deve continuar com assentos no conselho da empresa.

 A Cecrisa registrou no ano passado um faturamento bruto de R$ 750 milhões. Com sede em Criciúma, Santa Catarina, a empresa tem cinco unidades industriais, exporta para 50 países e conta com 2,5 mil funcionários. 

Segundo fontes próximas à negociação, há mais de um ano a Vinci Partners procurava uma oportunidade no setor. A compra da Cecrisa é o quinto investimento de um fundo de US$ 1,4 bilhão levantado pela gestora para a compra de participação em empresas.

 O fundo já investiu na operação brasileira da rede de lanchonetes americana Burger King, no Grupo Austral, de seguros e resseguros, na locadora de carros Unidas e na varejista baiana Le Biscuit.

 Fusão desfeita. A compra da Cecrisa acontece um mês após a decisão das rivais Portobello e Eliane de desistirem de um plano de fusão, que criaria uma empresa líder do setor no mercado nacional e uma das maiores produtoras de revestimentos cerâmicos mundiais.

 De acordo com as lideranças do setor cerâmico, apesar de a união das empresas não ter se concretizado, processos de fusões e associações devem continuar. Segundo maior produtor e consumidor de revestimentos cerâmicos do mundo, atrás apenas da China, o Brasil é também um dos países em que o segmento é mais pulverizado: 96 fabricantes em 16 Estados, sendo que nenhum deles detém uma participação superior a 10%. 

Apesar de enfrentar dificuldades, assim como outros segmentos da indústria, em função principalmente da concorrência com produtos chineses, o setor cresceu nos últimos anos, graças ao avanço do setor imobiliário. 

De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), a produção brasileira deve atingir 895 milhões de metros quadrados em 2012, contra os 845 milhões do ano passado. Do total produzido em 2011, 7% foi exportado.Por CÁTIA LUZ
 Fonte:estadao 04/06/2012

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