Fundos veem menor competição por empresas médias
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Fundos veem menor competição por empresas médias


A competição por negócios em empresas de médio porte entre os fundos de private equity permanece moderada e, em alguns casos, até diminuiu em relação a anos anteriores, de acordo com gestores especializados nesse segmento. "É um ótimo momento para se investir nesse tipo de companhia no Brasil", afirma Andre Bathia, sócio da Acon Investments.

Enquanto um processo de venda de empresas médias em mercados maduros, como os Estados Unidos, atrai dezenas de interessados, no Brasil e nos demais países da América Latina praticamente não há concorrência, segundo o executivo da Acon, que possui um total de US$ 3,5 bilhões sob gestão.

Além da menor disputa pelos ativos, o universo de empresas de médio porte no país é muito maior, o que propicia mais oportunidades de negócio para os fundos, segundo Alberto Camões, sócio- fundador da gestora brasileira Stratus. "Trata-se de um universo de pelo menos 20 mil empresas com faturamento de até US$ 200 milhões no país", afirma.

Como a maior parte das companhias de médio porte possui controle familiar, o principal desafio é alinhar os interesses do fundo e dos sócios fundadores, de acordo com Nick Wollak, sócio da gestora Axxon. "É preciso saber definir os objetivos do investimento e como chegar lá", diz.

Com foco em empresas médias, a Axxon busca adquirir posições de controle nas companhias investidas. No ano passado, a gestora fechou a venda da rede de varejo de produtos naturais Mundo Verde para o empresário Carlos Wizard Martins.

A avaliação da maior parte dos gestores de private equity que participaram do evento Superreturn, que reuniu investidores nacionais e estrangeiros nesta semana no Rio, é que as condições macroeconômicas menos favoráveis podem abrir oportunidades de investimentos no país, tanto para empresas menores como de maior porte.

Alguns riscos, contudo, permanecem no radar. Um dos principais é a tendência de desvalorização cambial, que tem efeitos significativos sobre os fundos. Para os investidores de longo prazo, porém, o impacto tende a ser pouco relevante, de acordo com Andrea Minardi, professora do Insper.

Os principais gestores com atuação no país captam a maior parte dos recursos para a compra de participações em empresas de investidores estrangeiros, que cobram retornos em dólar dos fundos. Mas para a pesquisadora, a rentabilidade obtida em reais é a melhor maneira de avaliar a qualidade dos gestores de private equity.

Em estudo feito em parceria com a gestora Spectra, ela analisou 239 negócios no mercado brasileiro entre 1994 e 2010. Conforme o estudo, a taxa de câmbio no momento de entrada e saída dos fundos das companhias influenciou o desempenho dos investimentos.

"Negócios feitos com o real valorizado tiveram performance negativa em dólar, e o contrário aconteceu com quem investiu com real barato", diz a professora.

Sem citar nomes, ela destacou dois casos. No primeiro, um gestor que obteve 37% de taxa de retorno em reais, um excelente desempenho para os padrões da indústria de private equity, teve a rentabilidade reduzida para apenas 6% em dólar em razão do câmbio desfavorável no momento da venda. Do outro lado, um investimento considerado ruim, com rentabilidade de apenas 8% em reais, se beneficiou do câmbio valorizado e obteve 29% de ganho em dólar.

Apesar da influência em investimentos isolados, a variável cambial não deveria ser uma preocupação importante para os grandes investidores de private equity, que possuem negócios em vários países, o que reduz o risco de desvalorização da moeda, segundo Andrea. "O impacto é irrelevante no longo prazo com portfólios diversificados", diz.

Mesmo com a oscilação da moeda, o investimento em private equity no Brasil mostrou-se lucrativo, tanto em reais como em dólares, de acordo com o estudo.

O retorno dos investimentos analisados entre 1994 e 2010 superou tanto as referências de mercados nacionais, como o Ibovespa e o CDI, como os índices de bolsas internacionais, segundo a pesquisadora.  Vinícius Pinheiro  Valor Econômico Leia mais em resenhaeletronica 05/03/2015



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