Marcas e Empresas
BM&FBovespa compra 2% da bolsa do Chile e dá 1º passo para internacionalização
A BM&FBovespa deu seu primeiro passo rumo à sua internacionalização na América Latina. A bolsa brasileira anunciou que adquiriu cerca de 2% da bolsa de valores do Chile, por aproximadamente R$ 10,3 milhões. O objetivo da brasileira é encerrar este ano com a participação minoritária em cinco bolsas da região. Depois do Chile ainda estão no radar Peru, Colômbia, México e Argentina.
"Foi uma decisão institucional ocupar a América Latina. Se não fizermos isso, outra fará. Os volumes são baixos, mas queremos ter influência nessas bolsas locais para, depois, capturar sinergias e fazer o roteamento de ordens", disse o diretor presidente da BMF&Bovespa brasileira, Edemir Pinto, no início de fevereiro. Na ocasião, o executivo havia informado que as negociações com a bolsa do Chile e do Peru estavam mais avançadas.
O analista do UBS, Frederic de Mariz, destaca que a participação adquirida é muito pequena e lembrou que entre as bolsas que estão no foco a mais relevante é a do México. Por outro lado, ele frisa que a bolsa de Santiago é uma ótima empresa, com muita participação de fundos de pensão.
"Essa aquisição também significa que agora a Bovespa fica dentro do Mila, que se torna agora algo mais regional", afirma Mariz ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O Mila (Mercado Integrado Latino-Americano) foi criado em 2011, com o intuito de elevar a liquidez de ativos negociados nos países que o integram, que são o Chile, Peru, Colômbia e mais recentemente o México.
A decisão da BM&FBovespa de ingressar na América Latina foi tomada em junho do ano passado, quando se aproximava o fim de um forte ciclo de investimentos da companhia, na ordem de R$ 1,5 bilhão. Dois bancos de investimento, então, foram contratados para assessorar os negócios.
Apesar dos volumes baixos dessas bolsas, com exceção da mexicana, a BM&FBovespa pretende, com essa aproximação, oferecer às bolsas dois produtos que podem ter peso no momento das negociações: a clearing integrada com o novo sistema de risco e a plataforma de negociação eletrônica Puma.
A intenção da bolsa brasileira é adquirir uma participação até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%. Ao final desse processo, a bolsa busca se tornar um centro de liquidez da região, atraindo, assim, fundos de pensão da região que operam hoje apenas em Nova York ou Londres, e também de empresas, que acabam acessando outros mercados que não o da América Latina. O presidente da bolsa disse, também em fevereiro, que esses investimentos, de viés mais institucional, têm um olhar para dez a vinte anos.
Segundo comunicado enviado pela bolsa hoje, a companhia "continuará a avaliar oportunidades de expansão em atividades adjacentes ao seu negócio".Por Fernanda Guimarães | Estadão Leia mais em Yahoo 31/03/2015
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