A semana (04-07/10)
Marcas e Empresas

A semana (04-07/10)


Finanças
Bradesco– “(...)a nova decisão comete outro erro: mudou a multa para juros simples. Este regime de capitalização só existe nos livros de matemática financeira e na justiça brasileira.”

Para acionistas, empresa [Petrobras] já perdeu US$ 208 bi em valor

Is The Tyranny Of Shareholder Value Finally Ending?
1) Essa tal tirania é apenas um espantalho que criaram. Na prática, os administradores das empresas querem poder e dinheiro para eles, não para os acionistas.

2) De novo a tal frase de Jack Welch? Ninguém nunca se preocupou em verificar essa frase e ver que a frase está fora de contexto? Quantas vezes vão repetir essa mentira?

3) “There is only one value definition of business purpose: to create customer”. Ou seja, as empresas deveriam cobrar nada por seus produtos. Isso criaria um número gigantesco de consumidores. Quem se dispõe a fazer isso? Ou só vale com dinheiro dos outros?

4) “Instead, companies should place customers at the center of the firm and focus on delighting them, while earning an acceptable return for shareholders”. E qual é essa taxa aceitável? Roger Martin parte do pressuposto que todas as empresas do mundo ganham dinheiro, quando um grande número perde. E com o recente desempenho do mercado acionário, quem dirá que os acionistas estão ganhando dinheiro demais?

5) “If you take care of customers, writes Martin, shareholders will be drawn along for a very nice ride. The opposite is simply not true: if you try to take care of shareholders, customers don’t benefit and, ironically, shareholders don’t get very far either.” Essa parte resume todo o erro do artigo e de similares, confundir objetivo com estratégia. Ninguém duvida que satisfazer os consumidores pode ser lucrativo. O que não faz com que o objetivo principal seja satisfazer o consumidor, e não ganhar dinheiro.

6) Qual é o objetivo da empresa, na minha opinião? Criar valor. Em um verdadeiro capitalismo (não o intervencionismo ou o capitalismo de compadrio que temos hoje), as pessoas são livres para realizar transações econômicas e só conseguem obter algo se trocarem por outra coisa que seja valiosa para o outro (infelizmente os políticos e os compadres que pagam suas eleições estragam tudo). Certamente que a empresa deve criar valor para o consumidor, oferecendo um produto que traga mais benefício do que o produto custa. Certamente que deve criar valor para os trabalhadores, oferecendo mais benefícios (remuneração, status, qualidade de vida etc.) do que o custo do trabalho (esforço, dedicação etc.). O mesmo para todas as pessoas envolvidas. Se sobrar alguma coisa (e nem sempre sobra), fica com os acionistas, que são os únicos sem garantias contratuais de ganhos. E o critério deveria ser a maximização de valor para o acionista. O preço que maximiza o valor para o consumidor é zero; melhor, poderíamos pagá-lo para receber o produto. Mas o preço que maximiza o valor para o acionista não é infinito, ou algo exorbitante, graças à curva de demanda crescente em relação ao preço. Porque o acionista é o único que não tem bases legais para reclamar de uma baixa remuneração (no máximo poderia processar a administração por não cumprir a lei no que se refere à governança) e porque são associados com grandes banqueiros internacionais (ao mesmo tempo que tentam atrair acionistas pessoa física para a bolsa), é fácil oferece-los para o sacrifício. Difícil é a pessoa que advoga essas ideias botar o seu dinheiro e maximizar o valor para o consumidor, para o trabalhador, para quem quer que seja.

7) Em linguagem simples, o acionista é o cara que fica com o que sobra. É o único que depende de todos os outros. Simplificando ao máximo, não importa para o consumidor qual o salário do trabalhador ou os custos de produção; para o trabalhador, não importa qual é o excedente do consumidor ou os custos de produção; para os fornecedores, não importa se a empresa irá conseguir vender os produtos para os consumidores finais ou quanto está pagando para seus funcionários; para os acionistas, tudo isso importa.

8) “Nevertheless, despite the challenge of implementation, the transition to customer capitalism is occurring inexorably, not because academics recommend it or merely because it is better for customers, for employees and for society as a whole, but rather because it defeats shareholder capitalism on its own terms: it is more profitable for the organization itself.” Então o objetivo pode continuar sendo maximização de valor ao acionista, basta mudar de estratégia. No fim, o autor é um defensor da ideia que ataca, embora não o saiba.

9) “It is the path of customer capitalism, which leads to exponential growth in profitability, delighted customers and inspired workers.” Os trabalhadores inspirados surgiram de repente nessa história, sem explicar como eles ficarão inspirados.

10) Faltou ainda falar por que os administradores deleitariam o cliente. Críticas sobre as formas com que se buscou alinhar interesses de acionistas e administradores (como as feitas no texto) são válidas, mas não podem ser substituídas pelo vácuo, como o autor faz.

11) Ver também Objetivo da empresa como maximizar a satisfação do cliente?

Economia
Bom para alguns, ruim para todos

Mantegada Semanal #34 - "Se houver aumento de preços, vai criar inflação. E não queremos isso". Uau!

Mais uma rodada de proteção para a indústria – “Os ministros estão apenas substituindo os produtos que você escolheu, por similares nacionais que eles escolheram.”

Imposto mais alto atinge 4% da importação brasileira – Mas 100% dos compadres, e é isso que importa.

Chile eleva imposto para gastar mais com educação – Pelo menos é grátis, né?

The six-peso diet – Alguém ainda leva esse INDEC argentino?

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Um livro para a presidente Dilma ler – É, se ela lembrar o nome do livro...

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@liberplus“Quero uma justificativa para não investir 100% do PIB em educação, que não se aplique a investir em 10%.” Uma que se aplique a 10% e não ao porcentual atual ou a 15% ou 9,99% já seria suficiente.



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