Journal of Financial Economics Vol. 94 1ª ed. 2009
Marcas e Empresas

Journal of Financial Economics Vol. 94 1ª ed. 2009


Opaque Financial Reports, R-square and crash risk – Amy .Hutton, Alan J. Marcus, Hassan Tehranian.
(Opacidade dos relatórios financeiros, R-quadrado e risco de quebra).

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Esse artigo estuda a relação entre falta de transparência (medido como o gerenciamento de resultados) e os movimentos do mercado e o risco de uma queda elevada nas ações (mais de três desvios abaixo da média).

Consistente com estudos anteriores, os autores encontraram uma relação positiva entre opacidade e R-quadrado, indicando que empresas menos transparentes possuem menos risco idiossincrático, movendo-se mais com os movimentos do mercado do que por conta de informações específicas da empresa. Apesar do argumento ser bastante lógico, sempre me pareceu que empresas maiores e mais transparentes tinham R-quadrado mais elevados.

A segunda questão do artigo era a relação com riscos de perdas elevadas. Opacidade aumenta a probabilidade de perdas elevadas, mas não tem relação com a probabilidade de ganhos elevados.

A análise feita após a implementação da lei Sarbanes-Oxley mostram que os resultados acima acabam perdendo a validade, já que limitou o espaço dos administradores em gerenciar resultados.

A implicação da relação entre opacidade e risco de quebra (se é que de fato a relação existe) para investidores com operações de longo prazo é que a escolha de empresas mais transparentes reduz o risco de grandes perdas no investimento em uma ação. Nada foi dito nesse artigo do retorno esperado ser menor para empresas pouco transparentes. Me parece que a relação esperada e em equilíbrio deveria ser de maior retorno esperado para empresas menos transparentes, por essas serem mais arriscadas.

Stock market liquidity and firm value – Vivian W. Fang, Thomas H. Noe , Sheri Tice
(Liquidez de mercado e valor da empresa)

Esse artigo estuda a relação entre a liquidez das ações (medida, principalmente, pela bid-ask spread) e o valor da empresa (medido pela relação Preço/Valor Patrimonial).

As evidências são a favor dessa hipótese. Há uma relação negativa entre o bid-ask spread e o Q de Tobin (em outras palavras, relação positiva entre liquidez e valor). Dentre as possíveis explicações para esse fenômeno, foram confirmadas a hipótese de que há uma influência da liquidez na qualidade de informações contidas nos preços (o aumento de valor privilegiou empresas com resultados mais incertos) e a hipótese de que a liquidez melhorou os programas de incentivos aos executivos.

Foi testada e rejeitada a hipótese de que haja um prêmio por iliquidez que faça com que os retornos exigidos de empresas mais líquidas sem menores (ou: investidores exigem retornos maiores de ações menos líquidas). A rejeição da hipótese se baseou na contrariedade da expectativa de que ações mais líquidas deveriam ter maiores relações Preço/Lucro Operacional, mas alavancagem e rentabilidades diferentes. Esse teste não me convenceu muito.




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